Compreendemos portanto que, apesar de antes da virada do século XX serem empregados, alguns métodos de intensificação da produção na forma de se repetir tarefas, somente foram intensificados estudos científicos , a partir dos estudos de Frederick W. Taylor (1856-1915),que estava preocupado no sentido de eficiência, organização e racionalização do trabalho , o que trouxe o aspecto de divisão do trabalho e outras conseqüências .
Para alinhar à essa dissertação , uma conseqüência inquestionável , foi o poder de decisão para o topo da hierarquias constituídas de mestres e os níveis da base se concentram nas atividades produtivas subordinadas aos níveis superiores. Estas características de divisão de trabalho perduram até os dias de hoje nos sistemas hierárquicos com esta configuração produtiva, onde a classe pensante subordina a classe executora . Na sociedade reflete essa divisão , formando classes de interesse específicos e poder econômico diferenciados . Conforme Dobb ;
(...)leva-nos a considerar que a divisão do trabalho preconiza a divisão da sociedade em classes sociais, reforça as diferenças sociais e estabelece limites que de certa forma atuam como barreiras demarcadoras da ascensão em melhorar seu desempenho e conhecimento estabelecem hierarquias de poder e a própria organização industrial oferece recursos para isso. ( DOBB 1988:pg. 284 )
Um ideário de hierarquia de poder e de bem estar e felicidade esta em atuar nos seguimentos mais bem remunerados e adquirir poder de compra. No Ocidente principalmente nos Estados Unidos , por sua concepção de colonização , valorizou-se o esforço individual em busca da felicidade, recompensado pelo consumo de bens que podem tornar a vida mais amena e prazerosa e acima de tudo a acumulação de capital . Apregoa-se esse ideal aliado a felicidade e reforça-se a imagem de ser com o fato de ter, sendo a parte da definição de sucesso quase sinônimo de riqueza e bem-estar individuais. Foi nesta concepção ideológica que se concedeu um terreno fértil para evolução acelerada do capitalismo, onde os protagonistas são os industriários (o chamado ideal do self-made-man) .
Para compreensão podemos definir que um dos primeiros símbolos desse ideal foi o automóvel , por que para muitos americanos do início do século não havia felicidade sem um carro na garagem. O ideário e fortalecido e alimentado por Henry Ford (1836-1947), teve grande influência na construção do modo de vida americano, o criador da já mencionada esteira rolante, denominada linha de produção em série que foi amplamente usada para produção do automóvel e se estendeu para toda cadeia produtiva .Em resultado surge uma nova sociedade de consumo ;
Em todos os níveis do cotidiano houve mudanças. Surgia uma nova sociedade de consumo. (...) A sensação é de que se vivia um tempo de euforia, que nada mais tinha a ver com o momento pregresso, o momento de atraso representado pelo século XIX e pelas sociedades fechadas anteriores. (DOBB,1988 pg. 360)
Portanto o primeiro momento , responsável pelo fortalecimento das organizações manufatureiras dos Estados Unidos e em alguns países europeus, assim como de alguns dos chamados países em industrialização tardia , aonde se incluí o Brasil , é o movimento fordista, elemento central desse modo de produção que ambienta a comunicação e o tipo de operário que estaremos analisando no Filme : Tempos Modernos ( 1936 ) .
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